Com a vitória de Hugo Motta (Republicanos-PB), a Paraíba quebrou um jejum de 77 anos sem eleger presidente da Câmara. A última vez que um deputado do estado foi escolhido pelos colegas para a função aconteceu em 1948. Jurista eleito pelo PSD, o deputado Samuel Duarte rompeu com a tradição de que apenas parlamentares de bancadas numerosas chegavam ao comando da Casa. Até agora, era o único paraibano eleito para o posto.
A Paraíba é o décimo estado a eleger o presidente da Câmara desde a redemocratização do país, em 1985. Nesse período, foram 22 mandatos. Desses, oito exercidos por representantes de São Paulo, que lideram o ranking estadual, seguido pelo Rio de Janeiro, com quatro, e por Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Sul, com dois cada (veja mais abaixo). Sudeste, com 13, Nordeste, em sua oitava gestão, e Sul, com dois, completam a relação. Centro-Oeste e Norte não tiveram representante.
Dono do segundo menor eleitorado do Brasil, cerca de 550 mil eleitores, o Amapá aumentou sua liderança na lista dos estados que mais vezes presidiram o Senado no período democrático. Davi Alcolumbre (União Brasil), que ocupará a presidência pela segunda vez, tem a companhia do ex-presidente José Sarney (MDB), que somou quatro mandatos no comando da Casa, um recorde desde o Império. Depois do Amapá, que vai para a sexta gestão, Alagoas é o estado que apareceu mais vezes à frente do Senado nos últimos 40 anos, com as quatro eleições de Renan Calheiros (MDB). Renan teve o seu segundo mandato abreviado por causa de uma série de denúncias à época.
Diferentemente da Câmara, onde o número de representantes varia conforme o tamanho do eleitorado em cada unidade da Federação, no Senado cada estado tem três senadores. Maior bancada regional, o Nordeste acumula 11 mandatos no período democrático. O Norte, vem em segundo lugar, assumindo agora o sétimo; seguido pelo Sudeste, com três, e pelo Centro-Oeste, com um. A lanterna ficou com o Sul, que não elegeu nenhum senador presidente.
Os dados do levantamento do Congresso em Foco consideram apenas os parlamentares eleitos para o cargo de presidente. Parlamentares que ocupavam a 1ª Vice-Presidência que assumiram a Presidência temporariamente não foram considerados. Casos, por exemplo, dos deputados Efraim Morais (PFL-PB) e Waldir Maranhão (PP-MA); e dos senadores Tião Viana (PT-AC) e Edison Lobão (MDB-MA).