Eleito pela segunda vez presidente do Senado neste sábado (1º), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) reforçou em discurso que seu objetivo à frente da Casa é estabelecer a pacificação, união e reconstrução. O senador explicou ainda que este é o caminho ideal para o Legislativo e para o Brasil, sobretudo na ótica da harmonia entre os Poderes.
“Por isso eu acho que o melhor caminho para o Brasil, para a defesa do povo brasileiro é pacificação, é a conciliação, é a união nacional em favor das causas que verdadeiramente ser ditas pelo Parlamento brasileiro. Porque só a união pode transformar a vida das pessoas. Então eu quero ser esse catalisador, se for possível, de ouvir todos os pontos de vista, de todas as questões”, afirmou Alcolumbre.
O novo presidente do Senado também criticou a divisão dentro da Casa. “Buscar o fortalecimento do Poder Legislativo é buscar o fortalecimento do poder que emana do voto popular e do povo brasileiro […] Por isso é importante ouvir mais, por isso é importante buscar consensos, e diante dos dissensos buscar os consensos e avançar. E eu estou integralmente aberto para conversar com todos os outros Poderes constituídos, com muito respeito, com altivez, mas defendendo incondicionalmente a independência e a autonomia do Poder Legislativo brasileiro”.
Além da defesa do Senado, Alcolumbre também reforçou a prerrogativa do Legislativo no orçamento. Ele argumenta que se não fosse pela possibilidade de deputados e senadores empenharem recursos para suas regiões “nós teríamos uma crise ainda maior de desigualdade”. “Por isso que eu vou reafirmar a minha defesa, que eu sempre fiz, da autoridade do legislativo brasileiro que construiu o Orçamento Público do Brasil, que dentro do Orçamento Público do Brasil, o Estado brasileiro definia suas prioridades e foi o Congresso brasileiro que entregou na PEC da transição todos os recursos, todas as áreas para que o Estado pudesse se desenvolver”.
Considerando-se “mais amadurecido” neste segundo mandato e uma pessoa “que fala pouco, mas trabalha muito”, Alcolumbre também antecipou como deve ser a relação com o governo. Ele defende que o “governo terá a agenda respeitada e será ajudada pelo Parlamento”, mas que os congressistas querem ter o direito de poder opinar e encontrar o caminho mais razoável para aprovação da proposta.
Uma crítica levantada pelo presidente do Senado foi à condução do governo com pautas de iniciativa do Executivo. “Era feito um apelo para que a gente botasse direto no plenário, com um relator de plenário, uma matéria muito relevante que poderia e com certeza ser aprimorável se o Senado da República tivesse tempo de apreciar, por exemplo, em uma comissão”. Para ele, muitas agendas que poderiam ser convidativas para o Brasil ficaram sem respostas. Ele reforçou, porém, que o Legislativo vai apoiar o governo “nas coisas certas”.
Outra ressalva trazida por Alcolumbre foi a relação entre Senado e Câmara, que em sua avaliação demonstrou divisão. “Não é e nunca será correta uma decisão unilateral de um poder que é bicameral acabar tirando a autonomia e a autoridade do Senado”, argumentou.