Contudo, associação avalia que a medida é importante para reduzir riscos de desabastecimento
A alta de R$ 0,22 no litro do diesel anunciada nesta 6ª feira (31.jan.2025) pela Petrobras não é suficiente para cobrir completamente a defasagem dos preços, segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).
De acordo com o boletim diário da associação dos importadores, a defasagem nos polos da estatal era de R$ 0,59 (-17%) em relação ao preço praticado no Golfo do México, usado como referência. Eis a íntegra (PDF – 410 kB).
Contudo, a associação avalia que o reajuste é bem-vindo, já que reduz o risco das operações de importação e a possibilidade de eventual desabastecimento, com o aumento da demanda a partir de março.
“Não estamos satisfeitos com o número, mas é uma iniciativa que a gente vê com bons olhos. Com esse ajuste, é necessário que a nossa moeda continue sendo valorizada e que tenha aí uma retração no valor das commodities no mercado internacional”, disse Sérgio Araújo, presidente-executivo da Abicom.
IMPACTO PARA O CONSUMIDOR
A mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para a composição do diesel B vendido nos postos fará com que o aumento real seja de R$0,19/litro ao consumidor.
O reajuste da Petrobras entra em vigor no sábado (1º.fev). No mesmo dia, passa a valer a elevação do (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) –neste caso, também afeta a gasolina.
O tributo estadual teve um acréscimo de R$ 0,10 por litro de gasolina. Já a incidência sobre o litro do diesel subiu em R$ 0,06. Os reajustes foram determinados em outubro de 2024 pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária). O órgão reúne secretários de Fazenda dos 27 Estados e do Distrito Federal. Leia as íntegras das decisões (PDF – 227 kB).
Assim, o aumento total do óleo nas bombas de combustíveis será de aproximadamente R$0,25/litro.
No Brasil, o preço dos combustíveis é determinado pelo mercado. A decisão de repassar ou não o aumento de tributos recai sobre os postos de combustíveis. Em geral, os reajustes acabam sendo repassados aos consumidores.
“O preço do biodiesel é muito maior que o diesel A vendido pela Petrobras. Se, provisoriamente, reduzir o teor de biodiesel no diesel, este impacto poderá ser anulado. Isso permitiria ainda um aumento na arrecadação do Governo, visto que os [tributos federais] PIS/COFINS do diesel é bem maior que do biodiesel”, afirmou Araújo.
