Novas ameaças tarifárias de Trump, perspectivas para a Apple e contas públicas do Brasil estão entre os temas
Os futuros das ações dos EUA subiram nesta 6ª feira (31.jan.2025), com os investidores analisando as novas ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump (Republicano), e uma série de lucros tecnológicos, incluindo a fabricante do iPhone, a Apple.
Enquanto isso, um indicador-chave de inflação que é acompanhado de perto pelo Fed (Federal Reserve, Banco Central norte-americano) está programado para ser divulgado, com os mercados tentando determinar o possível caminho a seguir para a política monetária do banco central este ano. No Brasil, as contas públicas estão em foco, com o cumprimento da meta fiscal.
1. Ameaças tarifárias de Trump
Os futuros das ações dos EUA subiram um pouco nesta 6ª feira (31.jan), com os investidores avaliando as novas ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, e analisando um lote de lucros das principais empresas de tecnologia.
Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros 0,33%, o S&P futuros havia subido 0,42%, e o Nasdaq 100 futuros havia avançado 0,74%.
As principais médias em Wall Street subiram na sessão anterior, apesar de as ações terem reduzido alguns ganhos anteriores depois de novos comentários sobre tarifas do presidente dos EUA.
Uma perspectiva otimista da gigante de veículos elétricos Tesla (NASDAQ:TSLA) ajudou a compensar a orientação decepcionante da gigante de software Microsoft (NASDAQ:MSFT) para sua importante unidade de computação em nuvem.
Os investidores também estavam refletindo sobre as declarações dos executivos da Microsoft e da Meta Platforms (NASDAQ:META), proprietária do Facebook, sobre o surgimento de um modelo de IA (Inteligência Artificial) de baixo custo da start-up chinesa DeepSeek, que agitou os mercados acionários globais no início desta semana.
Trump disse aos repórteres que cumpriria uma ameaça anterior de impor tarifas de importação de 25% sobre o Canadá e o México em 1º de fevereiro, argumentando que a medida foi projetada para conter os fluxos de migrantes ilegais e fentanil para os EUA.
Ele também sugeriu que ainda estava planejando impor taxas adicionais à China, embora não tenha fornecido mais detalhes.
Em uma postagem posterior no Truth Social, Trump alertou os membros do chamado grupo de países BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – que eles poderiam enfrentar taxas de 100% se tentassem substituir o dólar americano como moeda de reserva, reiterando uma ameaça anterior feita no final de novembro.
Os mercados ficaram nervosos nos últimos dias enquanto Trump avaliava suas opções de tarifas.
Embora, até o momento, ele tenha optado por não impor taxas universais desde seu retorno à Casa Branca, ele ameaçou tomar medidas contra economias específicas. Alguns economistas alertaram para o fato de que as tarifas poderiam reabastecer as pressões inflacionárias nos EUA e desencadear uma guerra comercial mais ampla – aumentando a incerteza tanto para as empresas quanto para os investidores.
2. Apple
As ações da Apple (NASDAQ:AAPL) subiram nas negociações do horário estendido, recuperando-se de uma queda inicial depois dos últimos resultados trimestrais da fabricante do iPhone.
Os executivos da empresa disseram que o grupo agora espera que as vendas cresçam entre um dígito baixo e um dígito médio em seu 2º trimestre fiscal. A orientação superou as expectativas e apontou para o impulso da demanda pelo iPhone, informou a Reuters, citando analistas.
A perspectiva mais otimista ajudou a amenizar algumas preocupações em relação às vendas do principal aparelho da Apple, que caiu marginalmente e não atingiu as estimativas em seu principal trimestre de compras de fim de ano, em parte devido aos novos recursos de IA da empresa não estarem disponíveis em alguns mercados. Ainda assim, o CEO Tim Cook disse que os aprimoramentos, conhecidos como Apple Intelligence, estão impulsionando as vendas.
A Apple adotou uma abordagem mais cautelosa em relação à IA em comparação com seus pares do Vale do Silício, optando por não gastar muito na construção de data centers. A estratégia pareceu ajudar a isolar as ações durante a turbulência do mercado inspirada no DeepSeek no início desta semana, o que levou a quedas acentuadas em outras ações de grandes empresas de tecnologia.
3. Calendário econômico dos EUA
A divulgação do índice de preços de despesas de consumo pessoal de dezembro deve ser o destaque do calendário econômico nesta 6ª feira (32.jan).
Os economistas preveem que a métrica da inflação chegará a um ritmo anualizado de 2,6% e 0,3% mês a mês, ambos mais rápidos do que as leituras anteriores de 2,4% e 0,1%.
A medida do “núcleo”, por sua vez, é vista em 2,8% em relação ao ano anterior, igualando a taxa de novembro, e subindo de 0,1% para 0,2% em uma base mensal.
Os formuladores de políticas do Fed provavelmente estarão avaliando os números enquanto tentam avaliar a trajetória futura da inflação na maior economia do mundo. Na 4ª feira (29.jan), o Fed deixou as taxas de juros inalteradas em uma faixa de 4,25% a 4,5% e sinalizou que adotaria uma atitude de esperar para ver se reduziria os custos de empréstimos este ano, com as autoridades observando incertezas persistentes em relação às perspectivas econômicas mais amplas.
4. Petróleo
Os preços do petróleo caíram nesta 6ª feira (31.jan), chegando a perdas semanais, com os comerciantes preocupados com a perspectiva de tarifas comerciais sob o presidente Trump.
Às 8h, os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) caíam 0,21% para US$72,58 por barril, enquanto o contrato brent recuou 0,32% para US$75,65 por barril.
Na semana, o Bbent deve cair 1,6%, enquanto o WTI caiu 1,8%. Entretanto, para o mês de janeiro, o brent deve ganhar cerca de 3%, seu melhor mês desde junho, e o WTI deve subir 2,1%.
Em outros lugares, os preços do ouro oscilaram em torno de um pico recorde, com os investidores atentos aos comentários de Trump sobre as tarifas e aguardando com cautela o próximo relatório de inflação dos EUA.
5. Brasil
As contas públicas brasileiras registraram deficit de R$ 43 bilhões em 2024, o que equivale a 0,36% do PIB (Produto Interno Bruto). Desconsiderando as despesas relacionadas ao Rio Grande do Sul, o deficit somou R$ 11 bilhões, ou 0,09% do PIB. Os indicadores contemplam os resultados do Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social.
Economistas consultados pelo Estadão estimavam um deficit de R$45,70 bilhões em 2024. Os dados apresentados estão dentro da meta prevista no arcabouço fiscal, que prevê deficit primário zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB.
Somente em dezembro, o governo registrou superavit primário de R$ 24,026 bilhões. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o país não está em um cenário de dominância fiscal. “Não há um exemplo razoável de que isso tenha acontecido com um País que tenha resultados fiscais como o nosso”, destacou.
Com informações da Investing Brasil.