Petista agradeceu a “gentileza e cordialidade” das perguntas após entrevista no novo formato criado pelo ministro da Secom, Sidônio Palmeira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 5ª feira (30.jan.2025) que os jornalistas que lhe fizeram perguntas em entrevista foram “gentis” e que tomarão uma bronca de seus editores. Ao fim da conversa com a imprensa organizada pela Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Lula agradeceu a cordialidade das perguntas, mas disse que também gosta de ser “apertado” –termo utilizado quando repórteres fazem perguntas desconfortáveis a autoridade.
Na inauguração do novo formato de entrevista coletiva de Lula, já idealizado sob o comando de Sidônio Palmeira, novo chefe da Secom, os jornalistas que acompanham diariamente o Palácio do Planalto foram convidados a fazerem 10 perguntas para o petista.
“Eu estou muito agradecido pela gentileza das perguntas. É engraçado, tem gente que acha que a imprensa é agressiva, mas vocês foram tão gentis e cordiais que eu acho que vocês vão ser repreendidos pelos editores de vocês. “Por que você não apertou, porque você não fez as contas tal”. Mas eu também gosto de aperto. Na próxima, vocês se preparem”, disse.
Como o número de profissionais alocados nesta cobertura é maior que uma dezena, foi realizado um sorteio para decidir quem poderia fazer as peguntas. O Poder360 participou, mas não foi sorteado. Eis a lista:
- Sofia Aguiar, Agência Estado/Broadcast;
- Sérgio Roxo, O Globo;
- Renan Truffi, Valor Econômico;
- Marcos Amorozo, RedeTV!
- Plínio Aguiar, R7
- Lucas Teixeira, UoL;
- Ranielly Veloso, TV Meio
- Heloísa Villela, ICL Notícias;
- Matheus Schuch, Rádio Gaúcha;
- Luciana Lima, PlatôBR.
No fim da entrevista, o presidente Lula abriu pessoalmente espaço para mais duas perguntas, uma da jornalista Délis Ortiz, da TV Globo, e outra de Tereza Cruvinel, do Brasil 247.
A estratégia de comunicação, segundo o próprio presidente, era a de que os jornalistas ouvissem as respostas diretamente do petista e não atribuam decisões que cabem a ele a “pessoas próximas”.
Lula e Sidônio
O ministro da Secom, Sidônio Palmeira, afirmou que o presidente continuará a ser o protagonista da nova estratégia de comunicação do governo, com auxílio dos ministros. Em reunião virtual com dirigentes do PT (Partido dos Trabalhadores) na 5ª feira (23.jan), o ministro disse que Lula tem uma “capacidade incrível” para as redes sociais e está disposto a se expor mais.
“Os ministérios têm que ter a visão do coletivo, de entender o todo para falarem sobre o todo. E a gente entende que o motor do conteúdo é o presidente Lula […] É daí que sai tudo. E os ministros das áreas. É importante que eles falem, que divulguem o que estão fazendo”, disse.
A plenária virtual foi convocada pelo partido para instruir deputados federais, estaduais, vereadores e dirigentes locais petistas sobre “estratégias de comunicação e enfrentamento a fake news”. A iniciativa se dá na esteira do chamado Pixgate, uma das maiores derrotas políticas de Lula neste mandato.
O ministro enfatizou a urgência de uma melhor organização da militância nas redes sociais para que a esquerda possa se contrapor à direita no ambiente digital. Pediu também mais agilidade nessa forma de se comunicar, especialmente pelo WhatsApp. Disse que é importante compartilhar notícias positivas e evitar repassar conteúdos que possam ser falsos.