Ahmad al-Sharaa comandou o principal grupo responsável pela derrubada de Bashar al-Assad em dezembro de 2024
Ahmad al-Sharaa, líder do grupo rebelde que derrubou o regime de Bashar al-Assad em dezembro, foi nomeado presidente interino da Síria na 4ª feira (29.jan.2025). Ele comandará o país em uma frente para a “fase de transição”, depois de quase 14 anos de guerra civil.
Sharaa recebeu poderes para formar um conselho legislativo temporário durante o período de transição. De acordo com um anúncio feito pelo comando militar que liderou a ofensiva contra Assad, a constituição síria foi suspensa. Não foi informado quanto tempo deve durar o mandato de Sharaa. As informações são da agência de notícias Reuters.
As decisões surgiram durante uma reunião de comandantes militares que participaram do movimento que derrubou o regime de Bashar al-Assad, uma campanha liderada pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham, que é comandado por Sharaa, um ex-afiliado da Al Qaeda.
Sharaa disse que a 1ª prioridade na Síria era preencher o vazio no governo “de uma forma legítima e legal”. Ele afirmou que a paz civil deve ser preservada através da justiça transicional e da prevenção de demonstrações de vingança. O presidente interino declarou que as instituições do Estado, principalmente as forças militares e de segurança, devem ser reconstruídas e que as infraestruturas econômicas devem ser desenvolvidas.
“Há alguns meses, Damasco [capital da Síria] apareceu como uma mãe devotada olhando para seus filhos, suplicando, mas reclamando de forma reprovadora, de feridas, humilhação e desgraça. Sangrando, mas suportando a dor, à beira do colapso, como se gritasse: ‘Salve sua nação!’. Quebramos as correntes pela graça de Deus. Os oprimidos foram libertados e sacudimos a poeira da humilhação e da desgraça. O sol da Síria brilhou mais uma vez e foi uma conquista clara e uma grande vitória”, disse.
Porta-voz militar, o coronel Hasan AbdelGhani disse que “todos os grupos armados, os órgãos políticos e civis da revolução estão dissolvidos e devem ser integrados nas instituições do Estado”. Em comunicado, citado pela agência de notícias Sana, ele declarou que “todas as agências de segurança afiliadas ao antigo regime” estão dissolvidas para que possa ser formado um “novo aparato de segurança que preservará a segurança dos cidadãos”.
