Diante do anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar em um ponto percentual a taxa Selic, o deputado cotado para a próxima liderança do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que a decisão foi um resquício da gestão de Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central, e que o novo presidente, Gabriel Galípolo, deverá buscar uma forma de contornar o caminho deixado por seu antecessor.
“É inaceitável a armadilha criada por Roberto Campos Neto, que na última reunião do Copom, enquanto presidente do BC, tenha deixado contratados dois aumentos de 1 ponto percentual na taxa Selic. Gabriel Galípolo não tinha muita alternativa de mudar essa rota, neste primeiro momento, sem criar uma grande crise”, disse em suas redes sociais.
A decisão de aumento dos juros de 12,25% para 13,25% ao ano foi unânime dentro do Copom, fundamentada com base na instabilidade do cenário econômico externo e no descompasso entre a inflação e a meta, além do pessimismo de agentes de mercado quanto às gestão da dívida pública por parte do governo. Lindbergh nega o descontrole.
“O Brasil realizou um dos maiores esforços fiscais do mundo. Nós saímos de um déficit de 2,3% do PIB, em 2023, para 0,1%, em 2024. Sabe onde tá o descontrole fiscal? Nessa taxa de juros altíssima! Cada 1 ponto percentual a mais na SELIC significa cerca de R$ 55 bilhões de déficit no orçamento público”, afirmou, classificando as alegações de descontrole da dívida como “terrorismo econômico”.
Para o parlamentar, o aumento da Selic tende a piorar os indicadores econômicos no futuro próximo. “O aumento dos juros espreme as famílias e as empresas, mata o investimento e compromete o crescimento da economia e o aumento da renda, sem impacto significativo sobre a inflação. Precisamos superar o legado desastroso de Roberto Campos Neto”, concluiu.