A prática pode levar a sérios problemas, como cáries, inflamações nas gengivas e danos irreversíveis à estrutura dental
Nos últimos meses, diversos vídeos compartilhados em redes sociais, como o TikTok, mostrando pessoas recorrendo a materiais caseiros para substituir ou consertar dentes de forma improvisada tem viralizado. Pensando nisso, o portal LeoDias entrevistou a cirurgiã-dentista Ianara Pinho com o intuito de explicar sobre os possíveis riscos da prática.
“Esses materiais são bolinhas plásticas, feitas de um material termoplástico que, quando colocado em água quente, se torna maleável. As pessoas têm propagado que ele pode ser moldado e utilizado para substituição ou restauração de dentes sem a necessidade de procurar um dentista”, explica Ianara.
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Um dos fatores que agrava a situação é a facilidade de acesso a esses produtos mencionados nos vídeos. “São materiais vendidos livremente, e muitas pessoas acreditam que eles são seguros. Porém, esses produtos não possuem qualquer certificação odontológica e não foram desenvolvidos para uso na saúde bucal”, alerta a especialista.
Inara também explica sobre os riscos à saúde bucal devido ao uso deste material. “Como é um plástico, ele não tem boa aderência aos dentes. Qualquer mordida ou movimento pode fazer com que o material se descole rapidamente”, afirma. “Não é possível usar fio dental ou escovar corretamente, porque o material fica preso no dente ao lado, acumulando sujeira e aumentando o risco de cáries e inflamações”, explica.
“Quem utiliza essas resinas faz o ajuste com os dedos, o que pode deixar o dente na altura errada ou mal adaptado. Isso gera sobrecarga na mastigação e pode causar dores ou outros problemas bucais”, acrescenta.
A dentista ainda reforça que apenas profissionais qualificados devem realizar procedimentos de restauração ou substituição de dentes. “Os materiais usados por dentistas são desenvolvidos com tecnologia específica para garantir segurança, durabilidade e adaptação perfeita. Além disso, o dentista possui o conhecimento e as ferramentas adequadas para moldar, ajustar e fixar os materiais de forma correta, respeitando a anatomia e a funcionalidade dos dentes”, explica.
Embora a fragilidade do material faça com que ele se desloque rapidamente, a prática não é recomendada em nenhuma circunstância. “Ele não tem as características de um material odontológico profissional. Além de ser ineficaz, pode mascarar problemas mais sérios e dificultar o tratamento no futuro”, conclui a especialista.