Disputa judicial que questionava eleição de 2022 chega ao fim com acordo entre opositores e a CBF, porém ainda precisa de homologação do Supremo
Um acordo entre antigos opositores e a CBF, protocolado no STF, nesta sexta-feira (24/1), garante a permanência de Ednaldo Rodrigues na presidência da entidade até 2026. O documento reconhece a legalidade da eleição de 2022 e encerra a disputa judicial iniciada em 2017, aguardando agora homologação pelo Supremo.
O processo se arrastava desde dezembro de 2023, quando o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro havia afastado Ednaldo Rodrigues e sua diretoria, alegando irregularidades no pleito de 2022. A decisão foi considerada inválida pelo STF, que em janeiro de 2024 restabeleceu a posição de Rodrigues no comando da CBF por meio de uma liminar do ministro Gilmar Mendes.
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Com a assinatura do acordo, as partes envolvidas — incluindo os ex-opositores Antônio Carlos Nunes de Lima (Coronel Nunes), Castellar Neto, Fernando Sarney, Gustavo Feijó, Rogério Caboclo, e a CBF — aguardam a homologação pelo STF. O documento justifica a resolução do impasse devido à “controvérsia jurídica que dura mais de sete anos”, destacando também os riscos que a indefinição causava ao futebol brasileiro, como a possível exclusão de seleções e clubes de competições internacionais, conforme alertas feitos pela Fifa.
Em 2023, durante a intervenção do Tribunal de Justiça do Rio, o ex-presidente do STJD, José Perdiz, foi nomeado interventor, mas a intervenção durou menos de um mês. No período, tanto a Fifa quanto a Conmebol manifestaram apoio a Ednaldo Rodrigues e ameaçaram suspender a participação do Brasil em torneios internacionais. O risco de sanções externas foi um dos argumentos usados pelo STF para validar a continuidade de Rodrigues à frente da CBF.
O acordo ainda precisa ser homologado pelo STF, mas se confirmado, garante a permanência de Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF até o término de seu mandato, em março de 2026. No entanto, Rodrigues já sinalizou que pretende concorrer à reeleição em 2025, caso o cenário político da CBF favoreça sua candidatura. Ele terá como desafio o empresariado Ronaldo, ex-jogador de futebol, que já anunciou sua pré-candidatura e precisa reunir apoio para viabilizar sua chapa.