No aniversário de Perlingeiro, discurso do ex-presidente da Liesa foi visto como indireta à nova gestão da associação
Um discurso bastante sincero sobre o tradicional e o moderno no Carnaval, falas proferidas pelo Capitão Guimarães, hoje com 83 anos, na festança em comemoração dos 80 anos de Perlingeiro, repercutiu instantaneamente entre os membros da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a Liesa, e é a fofoca da semana neste pré-carnaval. O ex-presidente da associação disse, repetiu e reforçou que o Carnaval do Rio “não é Rock in Rio, Lollapalooza e nem o carnaval da Bahia”.
“O desfile é essa gama de variedades, não tem nada que se compare aos desfiles, não adianta querer comparar o Rock in Rio, Lollapalooza, carnaval da Bahia. O desfile das escolas de samba é único, não adianta levar ideias estranhas ao samba que não vão vingar lá na Liga”, disparou ele. Gabriel David, de 27, importante dizer, é quem hoje comanda a mesma Liga.
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“Quatro décadas de modas e costumes, moderno e o tradicional. O tradicional é não deixar o mestre-sala dar cambalhota na avenida, a porta-bandeira não desfilar de biquíni, as baianas não serem moças de 25 anos, os passistas não dançarem funk, nem rap ou trap na avenida”, também disse Guimarães no evento para 600 convidados no Ribalta, na Barra da Tijuca.
As falas foram entendidas como claras indiretas à gestão de Gabriel David. “Podemos até dizer que o moderno começou com a Grande Rio, com o ‘homem foguete’, talvez tenha sido a grande inovação do Carnaval, a partir dali começou a despertar àquilo que a tecnologia podia oferecer ao Carnaval, e os camarotes hoje que se incorporaram ao espetáculo […] O desfile é essa gama de variedades, não tem nada que se compare aos desfiles, não adianta querer comparar o Rock in Rio, Lollapalooza, carnaval da Bahia. O desfile das escolas de samba é único, não adianta levar ideias estranhas ao samba que não vão vingar lá na Liga”, pontuou.
Durante o discurso, o bicheiro estava na companhia de Jorge Perlingeiro, de 80, e Jorge Luiz Castanheira, de 62, todos ex-presidentes da Liga.
“Somos modernos, mas não vamos descaracterizar […] Não chegamos a ser o maior espetáculo a céu aberto do mundo sem evoluir. Estamos na época da inteligência artificial, da tecnologia apoiando o crescimento do espetáculo, mas dentro da nossa casa não vamos permitir a descaracterização do desfile das escolas, não somos Rock in Rio, somos samba, samba e samba”, concluiu.