Aumento nas glosas por operadoras de saúde leva a redução de investimentos em mais de 40% das instituições
Os hospitais privados preveem uma desaceleração nos investimentos para o ano de 2025. A Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) identificou um aumento nas glosas por parte das operadoras de planos de saúde como um dos principais motivos para essa tendência. O fenômeno tem contribuído para divergências entre as duas partes. (Eis a íntegra – 1MB).
Durante o 3º trimestre de 2024, a média de glosa inicial gerencial, que são os valores contestados pelas operadoras em fase de negociação, apresentou queda de 0,97% comparado ao mesmo período do ano anterior. Apesar da leve melhoria, os hospitais ainda enfrentam uma média de glosa de 18%.
O cenário desencadeia negociações prolongadas e burocráticas, resultando em apenas 2% das glosas sendo mantidas. A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) identifica a prática como um “represamento” de pagamentos, prejudicando o fluxo de caixa dos hospitais e beneficiando as operadoras.
A Anahp aponta que os lucros das operadoras contrastam com dificuldades de fluxo de caixa dos hospitais. Cerca de 41,76% das instituições afirmaram que os investimentos para 2024 foram menores do que o planejado.
Enquanto algumas operadoras registram resultados financeiros positivos e redução da sinistralidade, os prestadores de serviço, especialmente os hospitais, continuam a lidar com o volume histórico de glosas e atrasos nos pagamentos. A Anahp destacou a que dificuldade de muitos hospitais em realizar investimentos pode afetar sua a expansão e modernização, consequentemente, piorando qualidade do atendimento aos pacientes.
Por outro lado, a Abramge, que representa as empresas de plano de saúde, negou a prática indevida de glosas. A associação enfatizou o esforço das operadoras na avaliação de glosas administrativas e mencionou uma redução no tempo médio de pagamento dos procedimentos em 2024.
