Dólar fecha em queda pelo 4ª dia seguido, cotado a R$ 5,93

Dólar fecha em queda pelo 4ª dia seguido, cotado a R$ 5,93


Moeda norte-americana termina mais um pregão abaixo do patamar ao fim de 2024; o resultado vem com Trump presidente e a menos de uma semana do Copom

O dólar comercial fechou com queda de 0,34% nesta 4ª feira (23.jan.2025), aos R$ 5,93. É a menor cotação desde 27 de novembro (R$ 5,91). 

O câmbio estadunidense tem apresentado queda desde 2ª feira (20.jan), ou seja, há 4 dias. É influenciado especialmente por causa da reação ao mandato de Donald Trump (Partido Republicano) à frente dos Estados Unidos.

O resultado também vem a menos de uma semana da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), quando o Banco Central deve elevar a taxa básica de juros em mais 1 ponto percentual –segundo a sinalização dada ao fim de 2024.

TRUMP 2

Trump confirmou tarifas comerciais ao México e ao Canadá a partir de 1º de fevereiro. Também prometeu aumentar a cobrança sobre produtos chineses, mas há uma expectativa dos agentes financeiros de que haverá uma taxação menor que o esperado anteriormente.

Na 3ª feira (21.jan.2025), o republicano disse a jornalistas que está discutindo uma cobrança de 10%. Afirmou, durante a campanha eleitoral, que a taxação poderia ser de 60% nos produtos chineses.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau (Partido Liberal, centro-esquerda) disse que o país adotará medidas “equivalentes” contra os EUA.

Já a China fala em defender os “interesses nacionais” contra as taxações. “Acreditamos que não há vencedores numa guerra comercial ou tarifária”, declarou Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

Para economistas, o discurso protecionista de Trump com a imposição de tarifas comerciais pode afetar as cadeias globais e as commodities. Ao tentar impactar o crescimento da China, os EUA devem também prejudicar as exportações brasileiras, já que o país asiático é o maior parceiro comercial do Brasil.

A redução de impostos para as empresas dos EUA deve ter impactos inflacionários, o que exigiria uma atuação mais comedida do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) na política monetária. A queda dos juros no país tende a ser mais lenta.

CENÁRIO NO BRASIL

No radar dos investidores também está a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não concorrer à reeleição em 2026. Agentes financeiros criticam a gestão atual pelo gasto público crescente, o que torna incerto o equilíbrio fiscal, além de críticas aos próprios investidores.

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse nesta 4ª feira (22.jan) que o governo fará novas medidas fiscais para controlar os gastos “se tiver que fazer” para cumprir a meta de zerar o deficit primário em 2025.





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