Segundo o inquérito, os 5 agentes tinham como objetivo dificultar possíveis eleitores do Nordeste a votarem no presidente Lula
A PF (Polícia Federal) indiciou ex-diretores e coordenadores da PRF (Polícia Rodoviária Federal) por tentativa de impedir ou dificultar o deslocamento de eleitores durante as eleições presidenciais de 2022. Ao todo, 5 ex-funcionários da PRF são investigados pela PF pelos crimes de desobediência, prevaricação, restrição ao exercício do direito do voto e participação, por omissão, no crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Foram indiciados pela PF:
- Bruno Nonato dos Santos Pereira, ex-coordenador-geral de Inteligência e Contrainteligência da Agência Nacional de Transportes Terrestres;
- Luis Carlos Reischak Junior, ex-diretor de Inteligência e ex-Superintendente da PRF no Rio Grande do Sul;
- Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações;
- Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-diretor de Inteligência Substituto;
- Adiel Pereira Alcantara, ex-coordenador de Análise de Inteligência da PRF.
Em dezembro o indiciamento foi enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), porém não havia sido divulgado. As informações foram divulgadas pelo UOL. Em agosto de 2024 a Polícia Federal já havia indiciado Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, Silvanei Vasques, ex-diretor da PRF e outros 4 policiais federais cedidos ao Ministério da Justiça. Todos foram acusados de impedir o deslocamento de eleitores no Nordeste.
RELEMBRE O CASO
No dia do 2º turno das eleições de 2022, em 30 de outubro, a Polícia Rodoviária Federal realizou blitzes que dificultaram o deslocamento de eleitores. A maior parte das blitzes aconteceram no Nordeste, onde o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha vantagem nas pesquisas de intenção de voto sobre o então chefe do executivo, Jair Bolsonaro (PL).
Um dia antes do 2º turno, o diretor-geral da PRF havia declarado voto em Bolsonaro. Em 30 de outubro de 2022, o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, determinou a suspensão imediata das blitzes, sob pena de prisão de Vasques. A ordem não foi respeitada pela PRF.
Um relatório divulgado pelo G1 aponta que a Polícia Rodoviária Federal fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste e 571 no Sudeste, entre 28 e 30 de outubro.