PCC encomendou morte de empresário em aeroporto, diz polícia

PCC encomendou morte de empresário em aeroporto, diz polícia


Um policial foi preso por suspeita de ser um dos autores; homem era delator da facção criminosa e foi morto em novembro

O assassinato do empresário Vinícius Lopes Gritzbach, com tiros de fuzis no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, foi encomendado por integrantes da organização criminosa PCC. A informação foi confirmada pela diretora do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa de São Paulo), a delegada Ivalda Aleixo, nesta 5ª feira (16.jan.2025).

Em operação realizada nesta manhã pela Corregedoria da Polícia Militar, um policial militar foi preso por suspeita de ser um dos autores dos disparos que mataram o delator. Segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, a investigação utilizou quebra de sigilo telefônico e reconhecimento facial para identificar e localizar o suspeito.

A prisão faz parte de uma operação deflagrada pela Corregedoria que cumpriu um total de 15 mandados de prisão e 7 de busca e apreensão contra policiais militares suspeitos de estarem envolvidos com a organização criminosa.

Segundo a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo), militares da ativa, da reserva e ex-integrantes da instituição favoreciam integrantes do PCC, evitando prisões ou prejuízos financeiros. Dentre os beneficiados pelo esquema estavam líderes da facção e até mesmo pessoas procuradas pela Justiça. Os policiais também prestavam segurança para criminosos, como era o caso de Gritzbach. Alguns deles faziam a segurança do delator no dia do assassinato.

Foram cumpridos 14 mandados de prisão preventiva relacionados a atividades ilícitas de segurança pessoal, segundo a SSP. 

“[O inquérito policial militar] conseguiu comprovar que esses policiais militares sabiam da conduta delituosa antes e depois, ou seja, que o Vinícius era um criminoso, que tinha uma função específica na lavagem do dinheiro do crime organizado e que continuava cometendo atos ilícitos após a delação premiada que foi feita ao Ministério Público”, disse Derrite.

Já o suspeito de ser o atirador teve a prisão temporária decretada e cumprida com base no artigo 150 do Código Penal Militar, que se refere à organização de militares com armamento para prática de violência. 

“Com ferramentas de inteligência, quebra do sigilo telefônico, análise no transcorrer do IPM [Inquérito Policial Militar], oitivas dos policiais militares, chegou-se à conclusão que um outro policial militar -que não estava sendo investigado- foi colocado na cena do crime”, afirmou o secretário.

“Com as imagens, vídeos e fotos que já existiam do dia do assassinato e as imagens que foram coletadas pela Corregedoria da Polícia Militar, chegou-se à conclusão então que esse indivíduo é um dos atiradores. Em razão disso, foi solicitada a prisão temporária dele, que já foi preso e está sob custódia dos policiais militares da Corregedoria e vai ser encaminhado ao presídio militar Romão Gomes”, completou Derrite.

A diretora do DHPP, Ivalda Aleixo, disse que a polícia tem duas linhas de investigação para identificar o mandante da execução de Gritzbach. “Quanto ao mandante, nós temos duas linhas de investigação, ambos de facção. Foi um crime encomendado por algum membro do PCC. Nós temos duas linhas que já estão bastante adiantadas na investigação”, disse.


Com informações da Agência Brasil.





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