Agência que regula o mercado financeiro dos EUA entende que o dono do X demorou a informar que estava adquirindo ações da big tech, em 2022
A Comissão de Valores Mobiliários, agência reguladora do mercado financeiro dos Estados Unidos, processou Elon Musk pela compra de ações do X, então Twitter, em março de 2022. O órgão avalia que Musk demorou a informar que estava adquirindo um percentual da rede social.
O processo foi protocolado na 3ª feira (14.jan.2025) e o órgão pede que Musk pague uma multa e devolva lucros que ele “não merece”, segundo a Reuters.
A comissão pede que em qualquer negociação os investidores devem informar ao órgão em até 10 dias quando adquirem 5% ou mais de uma empresa. Musk demorou 11 dias para anunciar a compra do Twitter.
A Reuters ainda destaca que a comissão observou que Musk comprou US$ 500 milhões em ações do Twitter a preços baixos, depois de anunciar, em 4 de abril de 2022, que estava adquirindo 9,2% da rede social.
Segundo a agência de notícias Reuters, o preço das ações do Twitter subiu em 27% depois do anúncio da compra de ações por Musk.
Posteriormente, em outubro de 2022, Musk anunciou a compra de 100% do Twitter, em um acordo de US$ 44 bilhões. Ele, então, rebatizou a big tech para X.
A Reuters revelou um email de um advogado de Musk, Alex Shapiro, chamando a decisão da comissão de perseguição e dizendo que o órgão persegue o dono do X há anos.
“O processo é uma confissão da comissão de que eles não conseguem apresentar um caso de verdade. O senhor Musk nunca fez nada de errado e todos veem a vergonha que é esse caso”, escreveu.
OUTROS PROCESSOS
Essa não é a 1ª vez que Musk e a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA trocam farpas. Em setembro de 2024, o órgão disse que pretendia aplicar sanções a Elon Musk depois que ele faltou a uma audiência. Segundo o órgão, o empresário violou uma ordem judicial que exigia que ele “buscasse consentimento por escrito da SEC ou ordem do Tribunal para modificar a data de seu depoimento”. Leia a íntegra do documento (PDF – 187 kB, em inglês).
A investigação era justamente sobre a compra das ações do Twitter. À época, a defesa de Musk alegou que ele se ausentou em razão de uma “emergência”. O empresário foi para Cabo Canaveral (Flórida) para supervisionar o lançamento da missão Polaris Dawn, da SpaceX, empresa da qual é diretor técnico.
Em julho de 2022, durante o processo de compra do Twitter, Musk foi processado pela própria rede social. A big tech entrou com um uma ação no Tribunal de Chancelaria de Delaware, nos Estados Unidos, contra o bilionário para que fosse concluída a aquisição de US$ 44 bilhões.
A agência de notícias AP News teve acesso ao processo na ocasião e relatou que a plataforma dizia que “Musk se recusa a honrar suas obrigações para com o Twitter e seus acionistas porque o acordo que ele assinou não serve mais aos seus interesses pessoais”.
O Twitter também acusava o CEO da Tesla e da SpaceX de montar “um espetáculo público para colocar o Twitter em jogo”.
“Musk aparentemente acredita que ele -ao contrário de todas as outras partes sujeitas à lei contratual de Delaware- é livre para mudar de ideia, destruir a empresa, interromper suas operações, destruir o valor dos acionistas e ir embora”, diz o processo.
