Representantes enviados são acusados por falsidade e Toninho Geraes encara indefinição nos bastidores
O processo de plágio movido pelo compositor Toninho Geraes contra a diva pop Adele ganha contornos dramáticos e inesperados a cada atualização. Após o advogado do brasileiro acusar a equipe da britânica de fraudar assinaturas e tentar reverter os efeitos de uma audiência desastrosa, agora eles buscam que as plataformas de música retirem “Million Years Ago” do ar. Confira detalhes exclusivos obtidos pelo portal LeoDias.
A intenção de Fredímio Biasotto Trotta, advogado de Geraes, é que o próximo passo seja a remoção da canção de Adele das plataformas de música. Isso porque, a determinação da Justiça do Rio foi destinada apenas aos réus da ação, incluindo a cantora, o coautor Greg Kurstin e a gravadora.
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“As plataformas não precisam retirar por enquanto, porque o juiz suspendeu esse item da liminar, mantendo a obrigação de não divulgar, editar, publicar e comercializar, por enquanto, somente para os cinco réus, diretamente”, disse Fredímio com exclusividade a nossa reportagem.
Porém, isso ainda deve demorar a acontecer. Aqui no portal LeoDias noticiamos que a equipe de Toninho tenta correr atrás do prejuízo após a audiência de conciliação no dia 19/12 ter tido indícios de fraude. O brasileiro pede a anulação daquela reunião, para então seguir com o processo de plágio.
Este detalhe atrasa todo o andamento, que está com um asterisco enorme até que se apurem quem está fidedignamente representando Adele no Brasil. Fredímio afirma ter provas de que a diva pop estaria descumprindo liminares da Justiça.
“Já temos provas de que Adele, Greg e Beggars estão descumprindo a liminar. Justamente os três com procurações irregulares”, diz o advogado.
Trotta ainda desconfia de que isso seja uma estratégia. “Esse é mais um tema a ser investigado. Por que os três não cumprem? Vão alegar, depois, que não sabiam de nada, que não foram eles que assinaram as procurações, que foram terceiros?”, indaga.
Perícia técnica
Além da contestação técnica em alguns autos do processo, Toninho e sua equipe tentam dar prosseguimento ao processo. A intenção é que um especialista analise a canção e diga se “Mulheres” é parecido com “Million Years Ago”. Ao menos o suficiente para ser considerado plágio.
“Por isso é que foi pedido esse laudo preliminar (de indícios de plágio) para uma musicóloga”, diz Fredímio. Isso seria uma forma para os streamings retirarem a canção de Adele. “Para ver se estenderia novamente os efeitos da decisão às plataformas ou não”, complementa.
Esse é o trâmite padrão para processos por plágio na música. Contudo, toda a novela nos bastidores vai deixar o mérito para depois. O advogado de Geraes entrou, na segunda (13/1) com um pedido de suspensão para apurar a questão da suposta falsidade ideológica.
“Para que o sentido mais amplo da liminar seja restabelecido e que o processo seja suspenso para apuração do incidente de falsidade. Porque não pode prosseguir dessa forma, com indícios de que três dos réus não estão sequer habilitados no processo, com a Universal peticionando indevidamente em nome deles”, dispara Fredímio.
“Para se estabelecer qualquer avanço, para o processo seguir sem nulidades, é preciso que todos estejam efetivamente representados, habilitados, sem simulações, camuflagens ou outros expedientes escusos”, finaliza.