Socialista conquistou 74,58% dos votos válidos contra 25,42% do seu oponente, o conservador Dragan Primorac; político é crítico da Otan e da UE, e já foi comparado a Trump, apesar de ser de esquerda
O presidente da Croácia, Zoran Milanovic, foi reeleito no segundo turno das eleições presidenciais realizadas no domingo (12), consolidando sua liderança com 74,58% dos votos válidos. Seu adversário, Dragan Primorac, candidato conservador do partido União Democrática Croata (HDZ), obteve 25,42%. Essa margem expressiva representa a maior diferença em uma eleição presidencial desde a independência do país em 1991.
Com uma participação eleitoral de 44,15%, a vitória do Milanovic, de 58 anos, marca um revés significativo para o HDZ, partido do primeiro-ministro Andrej Plenković. O socialista, que assumiu a presidência em 2020 com o apoio dos sociais-democratas, reforçou seu papel como crítico feroz do partido rival, da Otan e da União Europeia. Durante sua campanha, Milanovic destacou escândalos de corrupção associados ao HDZ e criticou o apoio militar ocidental à Ucrânia, defendendo que a Croácia deve evitar envolvimento em disputas internacionais, mesmo como membro da UE e da aliança ocidental. Apesar dessas posições, ele condena a invasão russa à Ucrânia.
Zoran Milanovic tem sido frequentemente comparado ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, devido ao seu estilo direto e polêmico de comunicação, bem como à postura crítica em relação a instituições internacionais e aliados tradicionais. Apesar de se posicionar como um líder de esquerda, suas declarações contundentes e o uso de retórica populista o aproximam do perfil trumpista, especialmente por desafiar o status quo e atrair eleitores de diferentes espectros políticos. Já Dragan Primorac, de perfil técnico e distante da política desde 2009, baseou sua campanha nos valores conservadores de união e patriotismo, mas enfrentou dificuldades para ampliar sua base de apoio.
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Milanovic terá agora mais cinco anos para consolidar suas políticas em um contexto de desafios como alta inflação, escassez de mão de obra e corrupção. Embora a presidência na Croácia tenha caráter mais simbólico, o chefe de Estado é responsável por comandar as forças armadas e representar o país no cenário internacional.
Publicada por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA