Governo Lula diz “deplorar” prisões de opositores na Venezuela

Governo Lula diz “deplorar” prisões de opositores na Venezuela


Ministério das Relações Exteriores declarou ter “preocupação” com a situação do país vizinho, Maduro tomou posse na 6ª feira

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (11.jan.2025) que “deplora os recentes episódios de prisões, ameaças e perseguições a opositores políticos” do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda). 

O líder do regime chavista tomou posse na 6ª feira (10.jan) para um 3º mandato. Na 5ª feira (9.jan), María Corina Machado, principal líder da oposição, foi detida por algumas horas durante um protesto em Caracas, capital venezuelana.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro disse reconhecer o que chamou de “gestos de distensão do governo Maduro”. Citou a liberação de 1.500 presos e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas.

No entanto, o Itamaraty declarou que acompanha com “grande preocupação as denúncias de violações de direitos humanos a opositores do governo na Venezuela”. Leia a íntegra (PDF – 151 kB).

“O Brasil exorta, ainda, as forças políticas venezuelanas ao diálogo e à busca de entendimento mútuo, com base no respeito pleno aos direitos humanos com vistas a dirimir as controvérsias internas”, diz o comunicado.

Brasil e Venezuela passaram por um período de tensão diplomática quando o governo brasileiro solicitou a divulgação dos boletins de urna com os resultados das eleições venezuelanas, realizadas em julho.

A vitória do chavista foi amplamente contestada pela comunidade internacional, que levantou acusações de fraude. A União Europeia e 8 países recusaram-se a reconhecer a reeleição de Maduro.

Maduro afirmou que representantes de 125 países foram à posse. Lula enviou a embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, para representá-lo na cerimônia.

PROTESTOS E RETENÇÃO DE CORINA

Milhares de venezuelanos foram às ruas para manifestar contra Maduro na 5ª feira (9.jan). Os atos foram realizados em Caracas, Mérida e Chacao.

Imagens divulgadas no X (ex-Twitter) mostram cidadãos com bandeiras venezuelanas e gritando palavras como “liberdade” e “fora ditador” –em referência a Maduro. Eles também demostraram apoio a Edmundo González e exibiram cartazes escritos “Edmundo presidente”.

Durante os atos, a líder da oposição, Maria Corina, foi retida por forças de segurança.

Leia o que dizem oposição e governo sobre o episódio:

  • equipe de María Corina – apoiadores da opositora alegam que ela foi “interceptada e derrubada de sua moto” quando saia de uma manifestação contra o governo em Chacao. Ela teria sido “retida à força”, forçada a gravar e vídeos e posteriormente liberada. A ação teria durado cerca de 1h30;
  • governo Maduro – integrantes do regime afirmam que a suposta retenção não passou de uma “fake news” criada para acobertar o “fracasso” das manifestações anti-Maduro realizadas na 5ª feira (9.jan) na Venezuela.





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