O que está por trás da “onda” de casos de envenenamento? Especialistas avaliam

O que está por trás da “onda” de casos de envenenamento? Especialistas avaliam


O portal LeoDias consultou especialistas para avaliar os casos de envenenamento e oferecer orientações sobre como se proteger

Bolo, baião de dois, chocolates e até milk-shake: os casos de envenenamento parecem se tornar cada vez mais frequentes e têm dominado os noticiários recentemente. Diante desse cenário, o portal LeoDias entrou em contato com especialistas para esclarecer se, de fato, houve um aumento no número de ocorrências e como a população pode se proteger.

Apesar da aparente “onda” de envenenamentos, a Dra. Camila Lunardi, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), e o Dr. Álvaro Pulchinello, toxicologista do Hospital São Paulo da Unifesp, a Universidade Federal de São Paulo, informam que isso não significa necessariamente um aumento nos casos.

Veja as fotos

Divulgação: Polícia Civil do Rio Grande do Sul

Bolo que a família comeuDivulgação: Polícia Civil do Rio Grande do Sul

Reprodução G1 | TV Clube

Família de 9 pessoas passou mal após consumir peixe doado; 1 criança e 1 adolescente morreramReprodução G1 | TV Clube

Reprodução

milkshake envenenadoReprodução


Eles destacam que, embora as autoridades ainda não tenham divulgado dados concretos, não há motivo para pânico. Pulchinello explica que o aumento na divulgação, especialmente por se tratarem de crimes, desperta maior curiosidade e pode criar a impressão de que os casos estão aumentando, o que não é necessariamente uma máxima.

No entanto, o toxicologista reforça a importância de redobrar os cuidados. Ele alerta que a população pode ter acesso a esses produtos por meios ilícitos, como desvio de substâncias de uso controlado, comercialização clandestina ou até pelo uso inadequado de produtos comuns, e é essencial cobrar a fiscalização das autoridades.

Como se proteger?

O toxicologista afirma que medidas preventivas são essenciais para prevenir intoxicações, que podem envolver produtos de limpeza, inseticidas e até medicamentos. Ele alerta para a importância de manter itens fora do alcance de crianças e animais, evitar misturas caseiras, não usar produtos clandestinos e seguir orientações do fabricante ou médico.

Lunardi também aproveita para reforçar a necessidade de cuidados no ambiente doméstico, como armazenamento seguro. Ela ainda enfatiza que, em casos de suspeita de intoxicação, buscar atendimento imediato em serviços de emergência é crucial. Entre os principais sintomas, estão vômito, sonolência e dificuldade de respirar.

Envenenamentos registrados:

Segundo uma pesquisa realizada pelo Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, entre 2019 e 2023, o Brasil registrou 452.111 atendimentos por envenenamento, com um aumento gradual ao longo dos anos. Fontes do portal LeoDias afirmaram que, provavelmente, ainda há muita subnotificação. Ou seja, os números podem ser ainda maiores.

Vale destacar que uma parte significativa desses casos envolve autoenvenenamento e que os dados de 2024 não foram atualizados.

Procurados pelo portal LeoDias, os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) não responderam até o fechamento desta matéria e não confirmaram se houve um aumento nos casos. Da mesma forma, o Ministério da Saúde não repassou os dados. O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas também não atualiza os números de 2018.

Casos emblemáticos:

Entre os casos mais recentes, está o da nora que, supostamente, envenenou um bolo preparado pela sogra, resultando na morte de 3 pessoas no Rio Grande do Sul. Já no outro extremo do Brasil, no Piauí, o padrasto se tornou suspeito de envenenamento, e até o momento, já foram confirmadas 4 mortes de membros da família.

Em 2024, uma mulher foi investigada por supostamente envenenar crianças com chocolates no Rio de Janeiro. Além disso, um homem foi preso por envenenar sua ex com um milkshake no RJ, e outro faleceu após consumir um brigadeiro feito pela namorada com a ajuda de uma cigana. Em Goiânia, também houve um caso de envenenamento envolvendo doces.



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