Segundo o Ministério da Saúde, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná serão afetados
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, projetou uma “provável incidência elevada” de casos de dengue em 2025 nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Segundo a pasta, o principal fator para essa previsão é a continuidade do El Niño neste ano. O fenômeno pode intensificar condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da doença.
Outro agravante apontado é o aumento da circulação do sorotipo 3 da dengue, com maior incidência esperada em São Paulo.
“É uma doença que envolve fortemente fatores ambientais, comportamentais e sociais. O que temos hoje é um cenário com indicativo de aumento nos estados mencionados. Há, sim, projeções de redução no número de casos, mas isso depende muito dessa preparação”, disse.
As declarações foram feitas nesta 5ª feira (9.jan.2025), durante o lançamento do COE (Centro de Operações de Emergência), no Ministério da Saúde. Também foi apresentado o Novo Plano de Contingência Nacional, atualizado para enfrentar surtos de dengue, chikungunya e zika.
O COE tem como ações antecipar o período sazonal da dengue, ajustar as redes de saúde, prevenir casos e mortes, reforçar medidas em estados e municípios e coordenar respostas a situações críticas.
A ministra voltou a atribuir o aumento recorde de casos prováveis de dengue no Brasil em 2024 às mudanças climáticas, ao aquecimento global e ao regime de chuvas, além da circulação de novos sorotipos do vírus. “A expectativa é reduzir os casos em 2025, mas erradicar a dengue seria uma ‘utopia’”, declarou Nísia.
CASOS DE DENGUE
Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde indicam que o Brasil registrou, de 1º de janeiro a 28 de dezembro, um total de 6.652.053 casos prováveis de dengue e 6.022 mortes provocadas pela doença.
A maioria dos casos prováveis de dengue (55%) em 2024 foi identificada entre mulheres. No recorte raça/cor, 41,7% dos casos prováveis foram registrados entre brancos; 35% entre pardos; 5,1% entre pretos; 1,1% entre amarelos; e 0,2% entre indígenas. Em 16,9% dos casos, a informação não foi registrada. A faixa etária dos 20 aos 29 anos concentrou a maior parte dos casos prováveis, seguida pela de 30 a 39 anos e pela de 40 a 49 anos.
A quantidade de mortos no Brasil por dengue em 2024 é maior que a soma das mortes pela doença nos 7 anos anteriores.
O coeficiente de incidência da dengue, em 28 de dezembro, era de 3.275,9 casos para cada 100 mil habitantes.
Em 2025, já são 10.158 casos prováveis, segundo dados do Ministério da Saúde nesta 5ª feira (9.jan). Dez óbitos estão sendo investigados.