Marco Civil aprovado pelo Senado estabelece regras mais rígidas para IA quando há impacto na vida humana

Marco Civil aprovado pelo Senado estabelece regras mais rígidas para IA quando há impacto na vida humana


Veículos autônomos, diagnósticos médicos e controle de trânsito são alguns dos sistemas classificados como de ‘alto risco’; proposta também estabelece normas de proteção aos direitos autorais

FreepikTrabalhador usando inteligência artificial no trabalho
Proposta que regulamenta IA no país segue agora para a Câmara dos Deputados
O Senado Federal aprovou o projeto de lei que estabelece um marco regulatório para a inteligência artificial (IA) no Brasil. A proposta segue agora para a Câmara dos Deputados e busca garantir um desenvolvimento responsável da IA, protegendo os direitos dos cidadãos e estimulando a inovação tecnológica no país. O texto, que passou por 14 audiências públicas com a participação de especialistas e sociedade civil, inclui diversas diretrizes para a regulamentação, com destaque para a classificação dos sistemas de acordo com o risco que representam.

Os sistemas de “alto risco”, como aqueles que impactam diretamente a vida humana ou os direitos fundamentais, terão regras mais rigorosas. Além disso, o uso de IA em contextos como veículos autônomos, seleção de estudantes e políticas públicas será mais restrito. Também são proibidos sistemas com “risco excessivo”, como os que envolvem armas autônomas e técnicas subliminares.

Sistemas de Inteligência Artificial de alto risco 

  1. Veículos autônomos;
  2. Controle de trânsito e gestão de serviços essenciais (como abastecimento de água e eletricidade) com risco para a integridade física das pessoas ou interrupção ilegal ou abusiva dos serviços;
  3. Seleção de estudantes para acesso à educação e progressão acadêmica;
  4. Tomada de decisões sobre recrutamento, avaliação, promoção e demissão de trabalhadores;
  5. Avaliação de critérios para elegibilidade a serviços e políticas públicas;
  6. Investigação de fatos e aplicação da lei com risco às liberdades individuais, especialmente na administração da Justiça;
  7. Gestão de prioridade em serviços de emergência (como bombeiros e assistência médica);
  8. Estudo analítico de crimes;
  9. Diagnósticos médicos;
  10. Controle de fronteiras;
  11. Reconhecimento de emoções por identificação biométrica;
  12. Análise de dados para prevenção de crimes.

Uma das principais inovações do projeto é a introdução de uma avaliação preliminar de risco, obrigatória para sistemas generativos e de propósito geral, a fim de medir o impacto potencial antes de sua disponibilização no mercado. A proposta também estabelece regras de proteção aos direitos autorais, permitindo o uso de conteúdos protegidos para treinar IA em contextos de pesquisa e educação, sem prejudicar os interesses econômicos dos criadores.

No que se refere aos direitos dos cidadãos, o projeto assegura a proteção da privacidade e dos direitos de personalidade. O uso de IA para identificação biométrica e outras tecnologias deverá respeitar o consentimento prévio e evitar discriminação ou invasão de privacidade. Para sistemas que possam afetar diretamente os direitos dos trabalhadores, como em decisões automatizadas de recrutamento e demissões, será garantido o direito à revisão humana das decisões.

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) será a responsável pela regulamentação e fiscalização da IA no Brasil, impondo sanções e multas quando necessário. A ANPD também coordenará o Sistema Nacional de Regulação e Governança de Inteligência Artificial (SIA), integrado por órgãos estatais e entidades de autorregulação, com o objetivo de harmonizar as políticas públicas e promover a transparência no uso da IA.

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Além disso, o projeto assegura que os cidadãos afetados por sistemas de alto risco terão direito a explicações sobre as decisões tomadas pela IA, podendo contestá-las e solicitar revisão humana, especialmente quando essas decisões tiverem impacto jurídico significativo. O substitutivo também busca equilibrar a proteção de direitos individuais e sociais com o avanço tecnológico, estimulando a inovação, especialmente nas microempresas e startups nacionais, e promovendo o letramento digital da população para um melhor aproveitamento da tecnologia.

Publicada por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA





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